O que eu fazia na época:
I.
Acordei sozinho, baby
Não vejo mais você.
É, acordei sozinho, baby
Não vejo mais você
Amor de hora marcada
Tão baixo que cheguei...
Onde aqueles olhos, baby,
Eu olho sem te ver
Onde estão seus olhos, baby,
Que os olho sem te ver
Tão longe nessa estrada...
Um homem pode crer
No blues, de madrugada,
Um corpo pra esquentar.
Sim, no blues de madrugada
E um corpo pra esquentar
A alma, tão pesada,
Um copo, um beijo, um par
A uma alma tão pesada
Um copo, um beijo, um par.
II.
Ante o frio dos seus olhos
Eu não tenho o que dizer
É, ante o frio desses olhos, baby,
Não tenho o que dizer
Se você não me perdoa, baby
Não te posso prometer
Mais uma noite dos seus sonhos
Um copo, a cama, o céu
A noite dos seus sonhos
Um copo, a cama, o céu
Não me imprense contra o muro,
Não me force esse papel.
Um homem não é tolo,
A noite me contém.
Um homem não é tolo, baby,
A noite me contém
Melhor viver comigo
A viver como convém.
III.
Mas deixo que me falte
Não posso te prender
Eu deixo que me falte, baby,
Não posso te prender
Amor de hora marcada
Tem hora pra morrer
Não pense que não quero:
Só quero o que puder
Não pense que não quero, baby,
Quero só o que puder
Não posso com esse jeito
Mas amo essa mulher
Que te cante na guitarra?
Talvez te faça um blues...
Que canto na guitarra, baby?
Talvez te faça um blues
Midnight blues, baby,
Mais um Midnight blues
IV.
É assim que a estrada leva
A visão do meu amor?
É, assim a estrada leva
A visão do meu amor...
Fico aqui sozinho, baby,
Vomitando a minha dor.
Mas me lembre um dia, baby,
Seu homem bem te quis –
É, me lembre um dia, baby
Seu homem bem te quis.
Beba um copo, beije outros,
Mas seu homem bem te quis
Beba copos, beije tantos –
Mas seu homem bem te quis.
(in NEVES, Getúlio. Blues, Sonetos e Canções: Vitória, 2005)
terça-feira
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