quarta-feira

O primeiro CD: uma quase-ficha-técnica


Ambos os cds do Urublues foram muito trabalhosos. Estamos falando do primeiro: aprovado o projeto pela Lei Rubem Braga - o que, inclusive, foi recebido com surpresa pela banda, conforme relatou Kawbi à reportagem de A GAZETA, para matéria publicada no dia 05 de maio de 1993 - só a partir daí começou-se a produção musical. Paralelamente, da produção executiva desincumbiam-se os produtores executivos Juvenal Carneiro de Souza e Vera Lúcia da Silva, cujo trabalho acabou viabilizando o disco mediante o apoio do Banco do Brasil, do Banco do Estado da Bahia e da Fundação Ceciliano Abel de Almeida.

O cd "Urublues" consumiu 72 (setenta e duas) horas, entre gravação e mixagem, no Studio Scalla, então em Jardim América. São 09 (nove) canções: Urublues (Kawbi, Zoidinho, Vito, Ro); Flores sob o Mal (Alexandre Lima, Jeder Janotti); Baby Blues (Getúlio Neves); No Berço dos Allman (Vagner Simonassi); Chegou a Hora (Kawbi); Momentos (Vagner Simonassi); Desculpe Baby (Vaner Simonassi, Kawbi, Getúlio Neves); Transplante (Kawbi); Festa no Céu (Alexandre Lima, Carlos Papel). Engraçado é que o tempo inicialmente contratado foi estourado em algumas horas, mas o próprio pessoal do estúdio, Armando Sinkovitz (Porão 22) e Paulinho (Moxuara) à frente, engajaram-se no projeto e estavam, também eles, ansiosos pelo resultado

Na verdade aquele cd foi, àquela altura, uma conquista dos músicos de Vitória, cuja cena musical efervescia de maneira especial naquele momemento. Por isto vários amigos da banda foram chamados a fazer participações especiais, o que muito valorizou o produto final: Alexandre Lima, no sax; César Távora, na gaita; Evandro e Saulo Simonassi na guitarra; Léo, baixo; Mário B., bateria; Kátia Brinco, vocal; Chico Jr., programação eletrônica (na música "Festa no Céu, gravada com bateria eletrônica).

Hoje em dia é fácil considerar (e eu também considero) que a sonoridade final tem pouca "pegada", para o estilo musical que a banda fazia. Mas hoje em dia é fácil falar isso, na época não dispúnhamos sequer de Pro Tools para masterização. A prensagem do cd se fez pela Sony Music, a capa se fez sobre um trabalho do artista plástico Chacal, e ao que me recordo a tiragem foi de mil exemplares.

Atualmente, 15 anos depois, trata-se de um clássico, modéstia à parte...